Novak Djokovic respondeu à altura ao saque de Gilles Muller
e avançou sem drama – leve queda de rendimento no 3º set, quando cedeu alguns
break points. Milos Raonic teve um horário que não favoreceu. As estatísticas
controversas mostram 30 aces, 81 winners e uma quebra sofrida em 5 sets contra
Feliciano Lopez. Kei Nishikori optou por entrar acordado desta vez e se
aproveitou de um David Ferrer cansado por conta das rodadas anteriores. Stan
Wawrinka fez de tudo pra jogar 5 sets e esbarrou na resistência de Guillermo
Garcia-Lopez, que desperdiçou 6-2 no tie-break do 4º set.
Hora das quartas de final do Australian Open.
Novak Djokovic (SRB) [1] X Milos Raonic (CAN)
[8]
- H2H: 4 x 0 (os 2 encontros em melhor de 5 sets foram
decididos em 3, mas ambos no saibro – Copa Davis-2013 e Roland Garros-2014)
- Cotação*: 1,06 X 7,50
O sérvio substitui um saque-e-voleio limitado das oitavas por
um saque + demais golpes dignos nas quartas. O backhand ainda é o aspecto mais
vulnerável, mas o canadense domina cada vez mais os pontos com o forehand
(especialmente inside-out). E os números no saque impressionam: 72% de acerto
do 1º serviço, com os quais ganha 84% dos pontos disputados, e sofreu 2 quebras
até o momento (Djokovic só sofreu 1, o que passa batido por conta das demais
qualidades a serem enaltecidas). Curiosamente, o sérvio é quem mais ganha
pontos com o 2º serviço em Melbourne (67%; Raonic tem 64%). Pende para o sérvio
pelo conjunto da obra. Deve testar a paciência do canadense alongando as trocas
de bola e a segurança do seu serviço diante de uma das melhores (ou a melhor)
devolução do circuito.
Stan Wawrinka (SUI) [4] X Kei Nishikori (5)
- H2H: 2 x 1 (último encontro nas quartas do US Open-2014, com
vitória de Nishikori em 5 sets)
- Cotação: 1,95 X 1,75
Confronto dependente da bipolaridade que ambos mostraram até
aqui, parece o mais imprevisível. Wawrinka foi bem sofrido nas oitavas,
enquanto o japonês oscilou mais na 1º semana, porém, mesmo na vitória em 3 sets
sobre Ferrer, somou mais erros não-forçados do que winners (44 a 43). Nishikori
busca repetir o caminho de Nova York, com o suíço nas quartas e possivelmente
Djokovic na semi. Façanha desafiadora.
Tomas Berdych (CZE)
[7] X Rafael Nadal (ESP) [3]
- H2H: 3 x 18 (Nadal ganhou os últimos 17 encontros, de 2007 pra
cá)
- Cotação: 2,35 X 1,53
Talvez a melhor motivação (ou o menor derrotismo) para o
tcheco seja se espelhar em Wawrinka, que tinha retrospecto de 0-12 e há
exatamente um ano quebrou a escrita para levantar o troféu do Australian Open.
Assim como Djokovic, Berdych não perdeu nenhum set até as quartas (o que faz
pelo 3º ano seguido em Melbourne) e teve apresentações seguras nos pequenos
testes pelo caminho. O retrospecto pesa demais e o espanhol parece ter se
encontrado, o que diminui consideravelmente as chances de o tcheco repetir a
semi de 2014. A casa de apostas ainda não confia que Nadal está pronto
para o título.
Andy Murray (GBR) [6] X Nick Kyrgios (AUS)
- H2H: 1 X 0
- Cotação: 1,08 X 7,00
Até onde vai o azarão? O novo queridinho da torcida empolga,
já foi muito mais longe do que o esperado, mas há de se lembrar: encontrou uma
chave fraca para o padrão Grand Slam (Federico Delbonis, Ivo Karlovic, Malek
Jaziri e Andreas Seppi). Azar dos favoritos que perderam antes, diria o poeta.
Fato é que Murray, mesmo sendo Murray, explorou bem as viajadas de Grigor
Dimitrov e diante de um adversário ainda menos experiente deve controlar a
situação. A recuperação física (e as costas) do adolescente também estará à
prova.
*Cotação do
Sportingbet.
Feminino
Serena Williams (1) continua pegando no tranco. Dominika
Cibulkova (11) foi agressiva como precisava diante de Victoria Azarenka e se
conseguir tomar a iniciativa contra a norte-americana pode complicar. Mas esse “se”
é do tamanho de Serena, não de Cibulkova. A aposta para quem gosta de um
risco-consciente é Madison Keys, com um tênis eficiente que pode continuar
surpreendendo, até mesmo diante de Venus Williams (18), que controlou a
variação de Agnieszka Radwanska.
Ekaterina Makarova (10) X Simona Halep (3) é o duelo das tenistas
que ainda não perderam sets, consequência de viajadas em doses homeopáticas. Em
um dia normal, a segurança e o momento apontam para a romena, que com Serena
nas quartas não tem mais chance de se tornar número 1 pós-Melbourne (se alguém
acreditava na possibilidade...). Eugenie Bouchard (7) sofreu um apagão (ou uma "falta de energia") contra Irina-Camelia Begu que não pode se repetir. Maria
Sharapova (2) tem a experiência e o retrospecto de 3-0 a seu favor. Quem conseguir
tomar a dianteira no ponto estará um passo à frente (literalmente?).
Cotação aponta Serena como a aposta mais segura (1,12 a cada
1 apostado) e Venus como a favorita menos favorita (1,65). Sharapova e Halep se
equivalem nos riscos (1,25).
Torcida
Para que a chuva não derrube a internet.
Fotos: Tennis
Australia.