Semana movimentada no ciclismo de estrada. Nomes que vão
duelar pelos Grand Tours estão na encharcada
Tirreno-Adriático e outros fugiram das escaladas na Paris-Nice. Enquanto a
prova italiana será decidida em um time trial na terça-feira, a corrida
francesa teve este mesmo tipo de etapa neste domingo e o vencedor também levou
o título geral.
Choveu um pouco na Itália nas primeiras etapas |
Richie Porte, da Sky Procycling, chegou ao último dia com vantagem de
32s sobre o vice-líder, o estadunidense Andrew Talansky, e ainda colocou 22s de
frente no contrarrelógio, tornando-se o primeiro australiano a conquistar a Paris-Nice. O francês Sylvain Chavanel
foi quem teve o maior prejuízo no dia, caindo da 3ª para a 5ª colocação e
deixando o pódio para o compatriota Jean-Christophe Peraud. A camiseta verde
serviu de consolação para Chavanel. A prova ainda teve nomes como Andreas
Kloden, Denis Menchov, Nicolas Roche, Philippe Gilbert e Ivan Basso.
Os coloridos campeões em Nice |
Mas interessante mesmo está a Tirreno-Adriático (e seria mais interessante se tivesse um site
decente), mesmo que sejam só 7 dias de disputa. Segundo embate do ano entre os
espanhóis Alberto Contador e Joaquin Rodriguez, o britânico Christopher Froome,
o australiano Cadel Evans, o italiano Vincenzo Nibali, o estadunidense
Christopher Horner, entre outros.
E se a Sky comemorou o título na França, na Itália assumiu a
liderança neste domingo com Froome, que leva 20s de vantagem para Contador e
Nibali. Como a segunda-feira não terá montanhas, a decisão fica para o time
trial de terça. Vice-campeão do Tour de France em 2012, Froome venceu o Tour de
Omã, há um mês, batendo os mesmos adversários (Contador, Evans, Rodriguez,
Nibali, Rinaldo Nocentini, etc).
O ataque decisivo de Joaquin Rodriguez neste domingo |
A vitória neste domingo foi de “Purito” Rodriguez, que
colocou 8s em Froome, Contador e Horner com um ataque a menos de 2 km para o
fim da etapa. A liderança do britânico veio como consequência de seu
contraataque no sábado, em grande resposta a Contador no quilômetro final.
Poderia ter colocado até mais vantagem se não controlasse as ações tão
tardiamente. Os 9,2 km de terreno praticamente plano de terça-feira prometem.
No alto da montanha
A Sky aparece tão
forte que foi até curioso ver Porte respondendo a perguntas sobre suas pretensões
para o Tour de France após o título em Nice. Ele, é claro, citou que a equipe
tem Froome e Bradley Wiggins, atual campeão, e está pensando mais no Giro D’Italia.
O Grand Tour italiano começa em 54 dias, enquanto faltam mais de 100 para o 100º
Tour de France. Se fosse um quase-esporte, diriam que o professor está com
aquele problema bom com a
dificuldade para escalar o time...
Froome, líder na Itália, possível grande nome no Tour de France |
Desde que a rota francesa foi divulgada, com percurso duro
para “comemorar” a centésima edição, há a especulação de que Wiggins não
tentará defender o título e irá focar no Giro. A escalação oficial das equipes
ainda não foi divulgada e também deve envolver questões com patrocinadores, mas
não duvido disso. Oficialmente, os 21 dias da edição 2012 tinham 9 etapas
planas, 4 de montanhas médias e 5 mais íngremes (2 com chegada em montanha).
2013 terá 7 no plano, 5 montanhosas e 6 mais inclinadas (4 terminando em
montanha).
Obviamente ganhar provas de etapas curtas não é o mesmo que
faturar um Grand Tour, mas o começo de ano de Froome é notável. Além do vice em
2012 na França, o britânico foi vice na Vuelta a España em 2011 e 4º colocado
em 2012. Um pouco de bagagem importante. E a equipe é mais importante ainda. Nos dois dias com montanhas, Froome sempre esteve com pelo menos 2 companheiros de equipe cortando o vento e forçando o ritmo do pelotão. Entre seus rivais, Contador teve o tcheco Roman Kreuziger um pouco ao seu lado e o resto tem se virado como pode, cada um por si. Froome pode ficar sem o título terça, em uma etapa exclusivamente individual, mas a equipe mostrou muita força.
Caixa de brita
- Evans aguentou muito pouco o forte ritmo da Sky nas
escaladas de sábado e domingo.
- No terceiro dia que acompanhei a transmissão da RAI, ouvi
o nome de Andy Schleck a primeira vez hoje. Resta tempo até o Tour, mas a volta
às provas depois de muito tempo lesionado ainda está apagada.
- Michal Kwiatkowski, 23 anos. O leste europeu dá as caras
mais uma vez. 4º colocado, 24s atrás do líder. Olho no polonês da Omega Pharma-Quick
Step nos próximos anos.
Derrapada
Citei acima o site oficial das provas e o da
Tirreno-Adriático é sofrível. Escrevo mais de 2 horas depois da etapa de domingo e ainda não há
relatos sobre a mesma, sem contar a dificuldade de encontrar informações.
Por outro lado, a Paris-Nice “se apropria” do site oficial
do Tour de France no período em que é disputada. Outras provas fazem o mesmo e,
ainda que não tenham tanta importância, ganham visibilidade ao contar com o
importante apêndice da internet para o público acompanhar a prova. Não sei como
funciona para o letour.fr hospedar temporariamente
outras provas, mas chuto que possa ter relação com o fraco Le Crédit Lyonnais.
Ah, Itália... |
... e um pouco da França |