Já não é preciso usar a barra de rolagem para ver o live
scores completo. Está acabando. Pela ordem, o 5º dia do Australian Open e os
1º(ª)s classificado(a)s para as oitavas de final.
Dia 5, 23/jan
Ekaterina Makarova
(RUS) [10] 2x0 Karolina Pliskova (CZE) [22] 6/4 6/4
Volume de jogo e maior familiaridade com Grand Slams falaram
mais alto. A russa com seu jogo honesto não foi ameaçada durante todo o 1º set.
Um par de erros no início da 2ª parcial deram vantagem à tcheca, que imediatamente
retribuiu a gentileza. A pressa travestida de agressividade logo levaram Pliskova
às cordas na Margaret Court Arena, mas não sem antes um drama básico de WTA.
Sem o braço pesar, a tcheca saiu de 0/40 em 3/5 para ficar no jogo e ainda teve
2 break points no game final.
Julia Goerges (ALE) 2x0
Lucie Hradecka (CZE) 7/6(6) 7/5
Um game com todos os erros possíveis (sacando em 5/3) bastou
para a alemã colocar a adversária no jogo e começar a duvidar da sua
superioridade até então. Goerges escapou de um break point no 5/5 e contou com
um presente da tcheca quando deu um 2º serviço enfrentando um set point no
tie-break. O drama da 1ª parcial se repetiu quando a alemã obteve a quebra em
3/3 e a quadra ficou menor. Depois de um game sofrido já no 4/3, a dura missão
de fechar o jogo. Madeiradas, serviços a 50km/h e 3 match points mais tarde e o
placar mostrava 5/5, o que Hradecka prontamente tratou de recusar para oferecer
uma 2ª chance à adversária. No 4º match point, números finais após um backhand
fora da linha de duplas.
Altos e baixos |
Grigor Dimitrov (BUL) [10]
3x2 Marcos Baghdatis (CIP) 4/6 6/3 3/6 6/3 6/3
O búlgaro se diz pronto para ganhar um Grand Slam e,
julgando por esta sexta-feira, dá pra acreditar. Porque ganhar jogando mal não
é para muitos e pode ser o impulso que faltava para uma campanha inédita.
Combinação de um favorito errático e um adversário inspirado
e agressivo na medida certa deixou o 1º set perigoso. O castigo para o búlgaro
veio no aclamado 9º game, que em outros tempos serviria até mesmo alimento
líquido para felinos, iguaria atualmente escassa. A inversão de lado entre
winners e erros não-forçados no 2º set parecia colocar as coisas no eixo da
lógica. Porém, o cipriota inesperadamente resistia, a ponto de criar 4 break
points no 6º game do 3º set e outros 4 no 8º até finalmente abrir vantagem e
fechar o set em um game eterno. O físico e a capacidade de alternância entre
ataque e defesa dentro de um único ponto foram fundamentais para escapar da
zebra.
*Os malucos da comunidade grega-cipriota da Austrália, que
acompanham Baghdatis desde o surpreendente vice de 2006, são um show à parte.
Uma organizada de Copa Davis com mais noção e respeito.
Atração à parte |
Tomas Berdych (CZE)
[7] 3x0 Viktor Troicki (SRB) 6/4 6/3 6/4
O tcheco foi aprovado no teste com louvor. Atuação segura e
consistente diante de um adversário embalado e perigoso. Se não tem plano B,
vai no A mesmo: aces, pancadas de onde der, bolas retas nos poucos rallys da
partida e sem improvisação (vez ou outra uma angulação com o forehand). O 1º
set sem muito jogo só viu break point no último game, que de certa maneira foi
um match point. Já na 2ª parcial o sérvio acusava o cansaço físico e mental de
disputar sua 15ª partida em 2015 e de enfrentar um top 10 que não abriu nenhuma
porta para oferecer o mínimo de esperança.
Seguro |
Eugenie Bouchard (CAN) [7] 2x0 Caroline Garcia
(FRA) 7/5 6/0
Primeiro set arrastado, algumas quebras, games longos e
cheios de possibilidades. A francesa não sustentou as lideranças que teve e
assistiu à canadense repetir Serena Williams na quarta-feira.
Simona Halep (ROM) [3] 2x0 Bethanie Mattek-Sands
(EUA) 6/4 7/5
Primeiro teste que a romena se permitiu, principalmente no 2º
set, quando se esforçou para perder a vantagem de 5/1 e foi abandonada pelo 1º
serviço (32% de acerto e 4 duplas faltas) antes da definição.
Cadê a luz? |
Andreas Seppi (ITA) 3x1
Roger Federer (SUI) [2] 6/4 7/6(5) 4/6 7/6(5)
Surpresa com S maiúsculo. Daquelas de fazer lembrar
Wimbledon-2013 e despejar uma infinidade de estatísticas, que o suíço fez semi
em Melbourne nos últimos 20 anos e não perdia antes das oitavas há 6 décadas,
etc. Assim como na grama londrina, Federer se sente em casa no Grand Slam
australiano, vinha de um título pré-torneio e jogando bem. Pra completar,
retrospecto de 10-0 contra o italiano (o mesmo caso de Tommy Robredo no US
Open-2013) e um set perdido em 22 disputados.
Os pré-requisitos para um resultado tão atípico foram todos
cumpridos: uma atuação abaixo do esperado do favorito, um dia anormal do
azarão, fechar a porta nos momentos importantes (quando geralmente os grandes
jogadores conseguem entrar para controlar o ímpeto da zebra) e manter o alto
nível pelo tempo que for preciso. 1ª quebra do jogo no 9º game e em seguida o
italiano escapa ileso por 3 break points para fechar o set. O roteiro
semelhante na 2ª parcial fez Seppi sacar em 5/4 e sofrer a quebra, o que,
normalmente, traria tudo à normalidade. Eis que Federer desperdiça vantagem de
5/3 no tie-break e se coloca no buraco. Um set com domínio suíço e outro
tie-break que ofereceria um set decisivo para o lado de Federer. E novamente o
suíço perdeu o que não costuma perder: 5/4 e dois serviços. Game, set, match.
Curiosamente, Federer somou um ponto a mais que o adversário
na partida. “Acho que ganhei os pontos errados hoje”, disse o suíço ao lamentar
o tie-break do 2º set. Mais números: Seppi, que tinha 6-67 contra top 10, vinha
de uma sequência de 23 derrotas diante de rivais de tal calibre.
Provando o improvável |
Maria Sharapova (RUS)
[2] 2x0 Zarina Diyas (KAZ) [31] 6/1 6/1
Surra para esquecer a rodada anterior.
Rafael Nadal (ESP) [3]
3x0 Dudi Sela (ISR) 6/1 6/0 7/5
O mesmo de Sharapova. Adversário limitado, sem golpes para
incomodar. Um jogo tão tranquilo que o espanhol baixou a intensidade antes da
hora, encurtou o forehand e deixou alguns games pelo caminho no 3º set.
Dia 7, 25/jan
Post amanhã sobre as oitavas.
Acelerou |
Fotos: Tennis
Australia e Getty Images (Seppi).