Uma semana se passou e as semifinais de Roland Garros
continuam definidas. Novak Djokovic, Roger Federer, Rafael Nadal e David Ferrer
estão a uma vitória dos anunciados duelos em busca de decisão.
Entre eles, o único que chega às quartas de final sem perder
sets é. . . Ferrer! Algo que raramente tem algum significado significativo. O
único que esteve perto da eliminação foi Federer. E nem foi aquela coisa que se
diga “nossa, como estava perto”, já que ele controlou muito bem os dois últimos
sets para reverter a desvantagem de 2 sets a 1 contra o francês Gilles Simon.
Então a diversão esteve mais presente nas campanhas dos
quatro desafiantes: Jo-Wilfried Tsonga, Stanislas Wawrinka, Tommy Haas e Tommy Robredo.
O 10/8 do alemão contra o estadunidense John Isner depois de
perder 12 match points no 4º set foi um dos momentos para se lembrar. A surra
no russo Mikhail Youzhny nesta segunda mostrou que fisicamente tá tudo certo. Na
medida do possível, aos 35 anos. O suíço não teve nenhum passeio e nas oitavas
precisou de 4h16 para fazer 8/6 no francês Richard Gasquet. Um ótimo jogo em
muitos aspectos. Gasquet mostrou risos contidos na coletiva pós-jogo, mas se
deve ser difícil perder 15 das 16 vezes em que se disputa oitavas de Grand
Slam, imagino como deve ser difícil perder da maneira como ele perdeu muitas
vezes, como hoje, por exemplo.
Robredo é a única surpresa real. Aposto que após o sorteio
da chave nomes como os de Tomas Berdych, Nicolas Almagro, Ernests Gulbis ou até
Gael Monfils e Andreas Seppi eram mais cotados para as quartas nesse pedaço da
chave. O espanhol de 31 anos esteve 2 sets abaixo contra o holandês Igor
Sijsling(!) e depois se acostumou com o placar diante de Monfils e Almagro,
dono das eliminações mais sofridas em GS em 2013.
E Tsonga está na dele. Assim
como Ferrer não perdeu sets. Vem com um discurso estranho desde as primeiras
rodadas, de que se caísse nas fases iniciais não teria nada a perder. Será? Ele
fez quartas em 2012, disputa um GS em seu País e é o melhor francês no ranking
há algumas temporadas.
Ou será que ele se forçou a acreditar no próprio
discurso para lidar melhor com a pressão? De qualquer forma, deu certo até o
momento em que ele foi o favorito.
E quem vai parar o top 4? Humildes considerações abaixo, com
confrontos diretos entre parênteses e previsão de mínima e de máxima de zebra.
Federer X Tsonga
(9 x 3)
Repetição das quartas do Australian Open, em que o francês
levou o rival ao 5º set e deu uma força para Andy Murray na semifinal. Tsonga
também foi o primeiro tenista a virar uma partida de GS depois que Federer
abriu 2 sets a 0, em Wimbledon-11. O relativismo dos dois pesos e das duas
medidas: (1) Tsonga atropelou até agora, não foi testado, chega descansado e o apagão
do Federer contra o Simon mostra que ele está vulnerável. (2) Tsonga não foi
testado porque não enfrentou ninguém de mais gabarito, vai sentir não ter
tomado um susto até agora e o tombo de domingo serviu para acordar Federer.
Tendo a ficar com algo mais parecido com a segunda opção, mas este é o duelo em
que uma zebra seria menos zebra. Mínima de 19 e máxima de 75.
Ferrer X Robredo
(6 x 2)
Enquanto não chega a semifinal contra alguém do Fantastic Four, Ferrer continua sendo
Ferrer. Mesmo sem uma temporada de saibro tão brilhante. Em algum momento
Robredo vai ter que acusar o golpe das rodadas anteriores, tanto pelo
físico/mental dos 5ºs sets quanto pelo longo período que não chega à segunda
semana de GS e por nunca ter passado das quartas. Mínima de 6 e máxima de 90.
Djokovic X Haas
(4 x 3)
O Djokovic que precisava mostrar serviço apareceu na 3ª
rodada contra o búlgaro Grigor Dimitrov e depois do 1º set contra o alemão
Philipp Kohlschreiber. Apesar do luto pela morte de sua primeira treinadora, o
sérvio deve estar babando por uma semi contra Nadal. Assim como as outras “zebras”
Robredo e Wawrinka, Haas não tem nada a perder. Porém, as pequenas diferenças são
o retrospecto menos negativo, a experiência de 4 semifinais em outros GS e ter vencido
o último encontro entre eles, há três meses. Mínima de 15 e máxima de 80.
Nadal X Wawrinka
(9 x 0)
Se vale o velho “ganhar em melhor de 3 sets é uma coisa e em
GS é diferente”, quem nunca ganhou sequer um set em 9 jogos deve se preocupar.
O suíço faz uma grande temporada e uma vitória igualaria o melhor ranking de
sua carreira (9º em 2008), mas o histórico aqui fala alto. Como fala sempre que
se comparar Nadal e “outro qualquer” no saibro. Mínima de 12 e máxima de 90.
Na reta
Em instantes, as primeiras quartas de final da chave
feminina acontecem simultaneamente. Na Philippe Chatrier, a atual vice (5º do
mundo) contra uma tenista que chega a essa fase em Paris pela primeira vez (4ª
da WTA). Na Suzanne Lenglen, a número 1 do mundo, campeã em Paris há 11 anos,
dona de 129 títulos de GS e invicta há 164 semanas diante da campeã do Aberto
francês de 2009, ex-número 2 do mundo e atual 39. Nenhuma das 4 é francesa.
Se Nadal não estiver certo sobre a programação mal feita ou
se não houve “pedido” de alguma jogadora, só dá pra entender Serena e Kuznetsova longe
da quadra central como uma resposta ao descaso da estadunidense com Roland
Garros nos últimos anos.