24 de janeiro de 2015

Australian Open 2015: Dia 6

Definidos todos os confrontos de oitavas de final do Australian Open, com 11 cabeças de chave no masculino e 10 no feminino. Antes, o dia de vitórias dos favoritos no masculino e da queda da 4ª pré-classificada no feminino.

Dia 6, 24/jan
Agnieszka Radwanska (POL) [6] 2x0 Varvara Lepchenko (EUA) [30] 6/0 7/5
A norte-americana começou a partida derrotada mental e fisicamente, somou 10 pontos na 1ª parcial e então utilizou um tempo médico para tentar explicar alguma indisposição que a incomodava (certamente desde antes do jogo). A polonesa ameaçou se complicar não quebrando 2 serviços no 2º set. Um game horroroso na hora de fechar em 6/3 e a favorita ficou em quadra alguns minutos a mais do que deveria.

Pequeno drama (desnecessário)

Venus Williams (EUA) [18] 2x1 Camila Giorgi (ITA) 4/6 7/6(3) 6/1
Alternando com o jogo da Rod Laver Arena, este parecia de outra categoria, especialmente pelo peso das bolas e a velocidade de ambas nos rallys. Tudo sob controle para a italiana no 2º set – teve 0-40 para abrir 5/2 –, agredindo e se movimentando mais, Venus errando na hora de finalizar os pontos até que o famoso “click” liga a chave da WTA. Giorgi é quebrada sacando para o jogo, precisa salvar 2 set points para forçar o tie-break e nele presenteia a norte-americana com erros não-forçados logo no início. A italiana nunca mais saiu do tie-break e só fez um game – de 20 minutos! – no set derradeiro.

Drama enorme

Serena Williams (EUA) [1] 2x1 Elina Svitolina (UCR) [26] 4/6 6/2 6/0
1) Impor o seu plano de jogo; 2) Ter um plano de jogo agressivo; 3) Conseguir executar o plano de jogo de alto risco. A combinação desses fatores ligou o alerta na RLA depois que a ucraniana tomou a iniciativa com bolas longas, sem preferência por um lado ou pelo meio da quadra, induziu a norte-americana aos erros, obteve 3 quebras e fechou a 1ª parcial em 36 minutos. É bem verdade que Serena começou lenta, com uma movimentação digna de sinal amarelo fosforescente. A número 1 não encontrou seu ritmo a tempo de escapar no 1º set, como na 2ª rodada, mas a partir da 2ª parcial aumentou seu volume de jogo. A ucraniana passou a errar mais ou então a atacar sem tanta convicção. Prato cheio para Serena.

Resolvida com twirl

Milos Raonic (CAN) [8] 3x0 Benjamin Becker (ALE) 6/4 6/3 6/3
O mais próximo de “susto” que o canadense tomou foi abrir o 2º set perdendo um game de saque pela 1º vez no torneio. 3 minutos depois e ele já liderava por 2/1. O alemão fez o que pôde nas devoluções e ao tentar ditar os pontos em busca de uma brecha.

Feliciano Lopez (ESP) [12] 3x0 Jerzy Janowicz (POL) 7/6(6) 6/4 7/6(3)
Jogo mais tenso do que bom, cheio de erros não-forçados, chances desperdiçadas e viajadas em momentos importantes (a dupla falta vergonhosa do polonês para perder o 1º tiebreak se provou crucial). O espanhol passou longe de encarar match points como nas 2 rodadas anteriores, muito mais à vontade diante de um estilo agressivo e trocas de bola mais curtas.

Do seu jeito

Victoria Azarenka (BLR) 2x0 Barbora Zahlavova Strycova (CZE) [25] 6/4 6/4
Recompensa pelas 1ªs rodadas. Daqueles jogos que, mesmo sendo da WTA, todo mundo sabe como vai terminar, apesar da bielorrussa não ter se imposto como nos melhores dias sobre o jogo sem ritmo da tcheca.

Kei Nishikori (JAP) [5] 3x1 Steve Johnson (EUA) 6/7(7) 6/1 6/2 6/3
Quase não vi. Pelos números/relatos, o japonês começou devagar mais uma vez, sofreu com o saque do norte-americano, mas depois do tie-break deslanchou, confirmando todos os games de serviço.

Novak Djokovic (SRB) [1] 3x0 Fernando Verdasco (ESP) [31] 7/6(8) 6/3 6/4
O espanhol esteve perto dos seus melhores dias, exigiu mais do que o esperado e... o número 1 avançou em 3 sets. 82% dos pontos vencidos com o 1º serviço, 68% com o 2º, nenhuma dupla falta, nenhuma quebra sofrida e menos da metade dos erros não-forçados do espanhol (24 a 50, segundo as estatísticas oficiais questionáveis) são números que traduzem o domínio na 3ª rodada e animam os fãs do sérvio.

Seguro

David Ferrer (ESP) [9] 3x1 Gilles Simon (FRA) [18] 6/2 7/5 5/7 7/6(4)
As esperadas trocas de bola infinitas ganharam drama quando o espanhol quis jogo. Sacou em 5/4 no 3º set para fechar e liderou o 4º set por 5/1 antes de perder 5 games seguidos e precisar do tie-break. Não me lembro de ver Ferrer com tanta dificuldade para liquidar uma partida sob controle. O sangue (provavelmente de uma bolha) no pé direito, revelado quando o espanhol tirou o tênis em quadra, pode ajudar a explicar o sofrimento, já que Simon apenas foi Simon na maior parte do tempo.

Madison Keys (EUA) 2x0 Petra Kvitova (CZE) [4] 6/4 7/5
Festival de quebras e de alternância entre erros infantis e pontos trabalhados, em que a zebra liderou quase todo o duelo e não deixou a tcheca à vontade para impor seu jogo. Melhor campanha da norte-americana de 19 anos em Grand Slam. E dá pra continuar.

Fotos: Tennis Australia.