21 de janeiro de 2015

Australian Open 2015: Dia 3

A 2ª rodada do Australian Open começou extremamente sonolenta, com um punhado de partidas femininas que são jogados para a manhã porque é o melhor jeito de se livrar delas e um Tomas Berdych (7) X Jurgen Melzer que poderia até estar equilibrado, porém, longe de ser empolgante.

Com muitos erros, pontos curtos e chances desperdiçadas, o duelo começou a pender para o tcheco após o tie-break e o início do 2º set. Hora de tentar a sorte com Leonardo Mayer (26) X Viktor Troicki. Por 2 games, o argentino mostrou um tênis apuradíssimo e de alto risco, atacando toda e qualquer bola, de forehand ou backhand, cruzada ou paralela e o que mais aparecesse. Com 2/0, a questão a ser respondida era: até quando iria durar? Não deu tempo de me animar e a (falta de) internet me mandou dormir...

Sono

Quando a sublime tecnologia voltou do apagão, Rafael Nadal (3) já sofria no 5º set e Bernard Tomic no 4º. O australiano revezava pontos espetaculares e amadores com Philipp Kohlschreiber (22) na Margaret Court Arena. Por demérito dos devolvedores, 3 sets foram ao tie-break e o tenista da casa avançou com 6/7(5) 6/4 7/6(6) 7/6(5), ofuscado pelo drama na Rod Laver Arena.

Pelo 5º set, Tim Smyczek parecia muito tranquilo exercendo seu papel de zebra, com agressividade e paralelas a cada oportunidade razoável. Nadal se segurava, longe dos melhores dias e, obviamente, na hora do aperto levaria vantagem. Uma viajada com drop shot e subidas à rede e Nadal aproveitou, não sem antes ainda titubear em 3 match points seguidos (6/2 3/6 6/7(2) 6/3 7/5).

O campeão do dia

Simona Halep (ROM) [3] 2x0 Jarmila Gajdosova (AUS) 6/2 6/2
Rotina.

Escrevendo sem ver:
Roger Federer (SUI) [2] 3x1 Simone Bolelli (ITA) 3/6 6/3 6/2 6/2
Hum...

Andy Murray (GBR) [6] 3x0 Marinko Matosevic (AUS) 6/1 6/3 6/2
Esperado.

Marcos Baghdatis (CYP) 3x1 David Goffin (BEL) [20] 6/1 6/4 4/6 6/0
Surpresa que deve parar em Grigor Dimitrov na próxima rodada.

Viktor Troicki (SRB) 3x1 Leonardo Mayer (ARG) [26] 6/4 4/6 6/4 6/0
Jogo de risco não deve ter durado muito. Valeu o momento do sérvio.

Maria Sharapova (RUS) [2] 2x1 Alexandra Panova (RUS) 6/1 4/6 7/5
Drama ao estilo Nadal acrescentando match points contra.

Eugenie Bouchard (CAN) [7] 2x0 Kiki Bertens (HOL) 6/0 6/3
Rotina.

Escapou

Dia 5, 23/jan
Tá esquentando. Curiosamente, apenas 4 dos 16 jogos desta quarta-feira foram decididos em sets diretos, número que geralmente é mais alto para a 2ª rodada. Na próxima fase, que reserva o 1º encontro entre os cabeças de chave, só um duelo seguirá a lógica na parte inferior, com os estilos opostos de Kevin Anderson (14) e Richard Gasquet (24). Nem pela ausência de favoritos (teoricamente) os outros confrontos são menos interessantes.

Berdych X Troicki perde em variações, mas parece o mais atraente. Os dois já passaram por pequenos testes, quem avançar deve pegar Tomic nas oitavas e depois Nadal/Gasquet/Anderson. Caminho nada agradável. O espanhol pode até escapar pelo discurso de que é bom um teste no início, etc. Porém, ficar 4h12 em quadra logo na 2ª rodada e depois de tanto tempo jogando-e-parando está longe do ideal. Dudi Sela pode ajudar.

No quadrante inferior, o 10-0 de retrospecto também deve servir para tranquilizar Federer contra outro italiano, Andreas Seppi. Nick Kyrgios tem Malek Jaziri como presente para avançar às oitavas e receber os holofotes contra o suíço. Se Murray for Murray pode até deixar um set diante de João Sousa (que tem 1-10 vs top 10) antes do esperado encontro com Grigor Dimitrov nas oitavas.

Freguês pela frente

O feminino se resume a ver o quanto Sharapova, Halep e Bouchard passeiam ou sofrem e quais surpresas (Carina Witthoeft X Irina-Camelia Begu, Lucie Hradecka X Julia Goerges – asterisco para a ex-15 da WTA) vão continuar avançando em terreno desconhecido. Ekaterina Makarova (10) X Karolina Pliskova (22) promete indicar uma favorita a chegar às quartas. A 1ª vem de quartas em Wimbledon e semi no US Open. A 2ª foi vice em Sydney e alcançou o melhor ranking (20) nesta semana, mas em 10 aparições em GS ainda não superou a 3ª rodada, que só disputou no US Open-2014 .

Fora da curva
Uma coisa em que o Australian Open não é exemplo (mas nenhum outro Grand Slam é) é a parte estatística. Oferecem uma infinidade de números – estatísticas por serviço, devolução, rally, chaves para o jogo – que muitos vezes não diz nada e, pior, em outras tantas contém erros. Para ficar apenas em Tomic X Kohlschreiber: o campo de break points do jogo mostra 2/8 e 1/6, respectivamente. Escolhendo set a set, apenas no 2º houve chances de quebra e os números são 2/5 e 1/1.

Depois da curva
O melhor Grand Slam já disponibiliza transmissão ao vivo de todas as quadras e o site informa até a programação de treinos em Melbourne. Fica a sugestão para em 2016 oferecerem stream também dos treinos. Nesta quarta, Milos Raonic dividindo a quadra com Goran Ivanisevic, Kei Nishikori e Gilles Simon e até Serena Williams sozinha poderiam ser mais interessantes que a abertura da programação...

Fotos: Tennis Australia