10 de março de 2013

Froome, Sky e companhia mandam o recado de olho nos Grand Tours


Semana movimentada no ciclismo de estrada. Nomes que vão duelar pelos Grand Tours estão na encharcada Tirreno-Adriático e outros fugiram das escaladas na Paris-Nice. Enquanto a prova italiana será decidida em um time trial na terça-feira, a corrida francesa teve este mesmo tipo de etapa neste domingo e o vencedor também levou o título geral.

Choveu um pouco na Itália nas primeiras etapas

Richie Porte, da Sky Procycling, chegou ao último dia com vantagem de 32s sobre o vice-líder, o estadunidense Andrew Talansky, e ainda colocou 22s de frente no contrarrelógio, tornando-se o primeiro australiano a conquistar a Paris-Nice. O francês Sylvain Chavanel foi quem teve o maior prejuízo no dia, caindo da 3ª para a 5ª colocação e deixando o pódio para o compatriota Jean-Christophe Peraud. A camiseta verde serviu de consolação para Chavanel. A prova ainda teve nomes como Andreas Kloden, Denis Menchov, Nicolas Roche, Philippe Gilbert e Ivan Basso.

Os coloridos campeões em Nice
Mas interessante mesmo está a Tirreno-Adriático (e seria mais interessante se tivesse um site decente), mesmo que sejam só 7 dias de disputa. Segundo embate do ano entre os espanhóis Alberto Contador e Joaquin Rodriguez, o britânico Christopher Froome, o australiano Cadel Evans, o italiano Vincenzo Nibali, o estadunidense Christopher Horner, entre outros.

E se a Sky comemorou o título na França, na Itália assumiu a liderança neste domingo com Froome, que leva 20s de vantagem para Contador e Nibali. Como a segunda-feira não terá montanhas, a decisão fica para o time trial de terça. Vice-campeão do Tour de France em 2012, Froome venceu o Tour de Omã, há um mês, batendo os mesmos adversários (Contador, Evans, Rodriguez, Nibali, Rinaldo Nocentini, etc).

O ataque decisivo de Joaquin Rodriguez neste domingo
A vitória neste domingo foi de “Purito” Rodriguez, que colocou 8s em Froome, Contador e Horner com um ataque a menos de 2 km para o fim da etapa. A liderança do britânico veio como consequência de seu contraataque no sábado, em grande resposta a Contador no quilômetro final. Poderia ter colocado até mais vantagem se não controlasse as ações tão tardiamente. Os 9,2 km de terreno praticamente plano de terça-feira prometem.

No alto da montanha
A Sky aparece tão forte que foi até curioso ver Porte respondendo a perguntas sobre suas pretensões para o Tour de France após o título em Nice. Ele, é claro, citou que a equipe tem Froome e Bradley Wiggins, atual campeão, e está pensando mais no Giro D’Italia. O Grand Tour italiano começa em 54 dias, enquanto faltam mais de 100 para o 100º Tour de France. Se fosse um quase-esporte, diriam que o professor está com aquele problema bom com a dificuldade para escalar o time...

Froome, líder na Itália, possível grande nome no Tour de France
Desde que a rota francesa foi divulgada, com percurso duro para “comemorar” a centésima edição, há a especulação de que Wiggins não tentará defender o título e irá focar no Giro. A escalação oficial das equipes ainda não foi divulgada e também deve envolver questões com patrocinadores, mas não duvido disso. Oficialmente, os 21 dias da edição 2012 tinham 9 etapas planas, 4 de montanhas médias e 5 mais íngremes (2 com chegada em montanha). 2013 terá 7 no plano, 5 montanhosas e 6 mais inclinadas (4 terminando em montanha).

Obviamente ganhar provas de etapas curtas não é o mesmo que faturar um Grand Tour, mas o começo de ano de Froome é notável. Além do vice em 2012 na França, o britânico foi vice na Vuelta a España em 2011 e 4º colocado em 2012. Um pouco de bagagem importante. E a equipe é mais importante ainda. Nos dois dias com montanhas, Froome sempre esteve com pelo menos 2 companheiros de equipe cortando o vento e forçando o ritmo do pelotão. Entre seus rivais, Contador teve o tcheco Roman Kreuziger um pouco ao seu lado e o resto tem se virado como pode, cada um por si. Froome pode ficar sem o título terça, em uma etapa exclusivamente individual, mas a equipe mostrou muita força. 

Caixa de brita
- Evans aguentou muito pouco o forte ritmo da Sky nas escaladas de sábado e domingo.
- No terceiro dia que acompanhei a transmissão da RAI, ouvi o nome de Andy Schleck a primeira vez hoje. Resta tempo até o Tour, mas a volta às provas depois de muito tempo lesionado ainda está apagada.
- Michal Kwiatkowski, 23 anos. O leste europeu dá as caras mais uma vez. 4º colocado, 24s atrás do líder. Olho no polonês da Omega Pharma-Quick Step nos próximos anos.

Derrapada
Citei acima o site oficial das provas e o da Tirreno-Adriático é sofrível. Escrevo mais de 2 horas depois da etapa de domingo e ainda não há relatos sobre a mesma, sem contar a dificuldade de encontrar informações.

Por outro lado, a Paris-Nice “se apropria” do site oficial do Tour de France no período em que é disputada. Outras provas fazem o mesmo e, ainda que não tenham tanta importância, ganham visibilidade ao contar com o importante apêndice da internet para o público acompanhar a prova. Não sei como funciona para o letour.fr hospedar temporariamente outras provas, mas chuto que possa ter relação com o fraco Le Crédit Lyonnais.

Ah, Itália...








... e um pouco da França