Continuando a prévia do Giro d’Italia 2015, retomada dos
favoritos, o que ver (e o que não ver) e o Team Time Trial de sábado. A parte 1 recapitulou a temporada até a chegada dos Grand Tours.
Favoritos:
Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) e Richie Porte (Sky)
Fora da curva:
Rigoberto Urán (Etixx-Quick Step), Fabio Aru (Astana) e Domenico Pozzovivo
(AG2R La Mondiale). Atualização após a 3ª etapa: Pozzovivo tem sorte de sua vida não estar mais em risco, segundo a própria equipe, após a queda - imagens fortes.
Mais fora da curva:
Jurgen van den Broeck (Lotto Soudal), Ryder Hesjedal (Cannondale-Garmin), Benat
Intxausti (Movistar) e Przemyslaw Niemiec (Lampre-Merida)
Se a maglia rosa
não sair de um dos 5 primeiros já é surpresa. Pelos resultados de 2015, Porte
até deveria ser “o” favorito, à frente de Contador. A balança pesa pro lado do
espanhol pela experiência, individual e da equipe. O australiano, que estava
escalado pra liderar os britânicos há um ano e ficou doente antes do Giro,
entra como líder da equipe pela 1ª vez em um GT. A equipe montada tem
experiência, como o bielorrusso Vasil Kiryienka, mas também “novato” em equipe
grande, como o tcheco Leopold Konig. Pela equipe russa, o italiano Ivan Basso,
o tcheco Roman Kreuziger, o australiano Michael Rogers e o português Sérgio
Paulinho dispensam apresentações para “carregar” Contador até Milão.
No trio que vem em seguida, Urán tem a credencial de bivice
2013-14 e um percurso menos montanhoso a seu favor. Corre pra aguentar o início
e ir de all-in no TT da 14 ª etapa, cujo percurso o colombiano disse ter
adorado. Aru também deve ser lembrado pelo pódio em 2014 e, diferentemente do
colombiano, precisa das montanhas. A diferença é que este ano já vai estar
marcado, não é mais um desconhecido. É preciso que a maior esperança italiana
deixe fora da estrada o momento complicado da Astana, ainda ameaçada de ter a
licença para o circuito cassada pela UCI por causa de doping. Pozzovivo é a
segunda e última aposta dos italianos e vem de bons resultados em 2015.
No resto, Hesjedal tem equipe pouco experiente. Intxausti
deve ser considerado apenas porque a Movistar precisa de alguém – e alguém tem
a chance de aparecer sem Nairo Quintana e Alejandro Valverde, de olho no Tour
de France. Niemiec parece recuperado e próximo da melhor forma e a Lampre tem
outra frente de ataque com o italiano Diego Ulissi pra ganhar etapas. Os
sprints devem ser mornos, sem Mark Cavendish, Marcel Kittel e Peter Sagan. A
Orica GreenEDGE já adiantou que o foco é ganhar etapas (começou bem com o TTT)
e a BMC Racing quer colocar o italiano Damiano Caruso no top 10 da GC.
1ª Etapa, 09 de maio
– TTT de 17,6km (perfil)
A equipe australiana já fez o que se propôs, repetindo o
forte início de 2014. Para a GC, o vencedor foi Contador, já que a Tinkoff-Saxo
ficou em 2º lugar. O espanhol larga com 6s de Aru, 12s de Urán, 14s de alguém
da Movistar e bons 20s de Porte. Pozzovivo já sai com desastrosos 41s atrás de
Contador.
A rota a ser cumprida é mais suave que anos anteriores. Tem
menos finais em subida do que 2014 (6 contra 9) e menos montanhas das
categorias HC, 1 e 2 dos últimos 10 anos, em um total de 18 escaladas das mais
difíceis. As etapas planas, que não decidem GC, ainda sofrem o desfalque dos
maiores sprintistas. Assim, serão ignoradas a seguir, na indicação de quando
perder tempo assistindo.
5ª Etapa, 13 de maio
(quarta-feira) – 152km (perfil)
Uma montanha 3 e chegada na categoria 2, que deve servir de
aquecimento pra 2ª semana.
8ª Etapa, 16 de maio
(sábado) – 186km (perfil)
1º dia de escaladas deve ver ataques. Uma montanha 2 e
chegada na categoria 1. O final tem 13km de subida a 6,9%, mas termina em uma
curta descida depois do cume. Os 264km(!!) percorridos no dia anterior podem
pesar.
9ª Etapa, 17 de maio
(domingo) – 215km (perfil)
Etapa perigosa em função do cansaço acumulado às vésperas do
1º dia de descanso. O percurso não tem grandes desafios, com duas montanhas de
categoria 2 e uma 1.
14ª Etapa, 23 de maio
(sábado) – 59,4km (perfil)
Um TT praticamente todo em subida, muito leve nos primeiros
30km, uma elevação na segunda parcial seguida de descida e o mesmo no final do
dia. A maior aposta de Urán, principalmente contra Contador – e até Porte. Em
2014, o colombiano assumiu a maglia rosa
depois de um TT de 41,9km, em que colocou 1min17s do 2º colocado.
15ª Etapa, 24 de maio
(domingo) – 165km (perfil)
Chegada no emblemático topo Madonna di Campiglio. Um dos
dias mais promissores, com duas escaladas de categoria 1 nos últimos 40km
(quase 24km serão ascendentes).
16ª Etapa, 26 de maio
(terça-feira) – 174km (perfil)
Não tem o charme (e a emoção) de chegar em uma subida
difícil – termina em categoria 3. Mas larga já com 13km de subida, passa pela
segunda categoria 2 e o imponente Passo del Mortirolo (1). Nele, são 11,8km a
10,9%, com trechos que chegam a 18%.
19ª Etapa, 29 de maio
(sexta-feira) – 236km (perfil)
Depois de dois dias relativamente tranquilos, a 2ª etapa
mais longa do Giro reserva 3 montanhas de categoria 1 para os últimos 80km
(quase 53km de subida). Parece suficiente.
20ª etapa, 30 de maio
(sábado) – 196km (perfil)
O Cimma Coppi ficou para a penúltima montanha do penúltimo
dia. Os 18,5km de subida levam aos 2.178m acima do nível do mar no Colle dele
Finestre. Se a GC ainda estiver em jogo, terá um final muito digno antes da
burocracia até a Expo Milano 2015 no
dia seguinte.
A conferir.